Don Laurindo Tannat 1999: safra excelente no RS
Don Laurindo Tannat 1999: safra excelente no RS
Triunvirato nacional: em 1° Baron de Lantier CS 1991, 2° Marson Gran Reserva CS 2002 e 3° Don Laurindo Tannat 1999
Triunvirato nacional: em 1° Baron de Lantier CS 1991, 2° Marson Gran Reserva CS 2002 e 3° Don Laurindo Tannat 1999

Reunidos no restaurante paulistano Tordesilhas, no almoço de 16 de junho de 2010, diversos blogueiros e experts em enogastronomia convidados por Cris Couto, do ótimo blog sejabemvinho.blogspot.com para eleger o melhor vinho para acompanhamento de um prato típico do Norte do país, denominado “Pato no Tucupi”, preparado por Mara Salles.

Sobre o Pato no Tucupi.

É um prato típico da região Norte do país, preparado pelos paraenses nas ocasiões festivas, como o Círio de Nazaré (uma das maiores manifestações religiosas do mundo, que acontece em outubro, em Belém do Pará). O pato é marinado , assado e depois cozido no molho de tucupi com a chicória (erva da Amazônia) e o jambu (erva que provoca uma leve dormência na língua). Deve ser servido com a farinha d’água e a pimenta-de-cheiro do Pará.

Tacaca

Em Manaus e Belém as pessoas costumam tomar toda tarde este caldo que leva tucupi, jambu, goma de tapioca e camarão seco. Para este prato foi servido o Sauvignon Blanc neozelandês Framingham 2008 (88/100 pts.) que apresentou uma interessante harmonização, eis que seu sabor levemente amargo no começo e suave no final com boa dose de mineralidade prolongou o sabor do caldo, que deixou um gostoso retrogosto mentolado e refrescante. Nota da harmonização: 7/10

Mara Salles no preparo do "Pato no Tucupi"
Mara Salles no preparo do “Pato no Tucupi”

Abaixo segue a relação dos vinhos degustados na harmonização na ordem de classificação do grupo:

9.- Lês Cepages Merlot/Cabernet Sauvignon 2007 – 14,5 álcool (Álvaro Galvão)

8.- Rosé Jean-Luc Colombo 2006 – 13% álcool (Breno)

7.- Dal Pizzol Assemblage 35 anos – Merlot/CS/Ancelotta 2009 – 13% (Maurice) e

Cordilheira de Sant’anna Gewürztraminer 2008 – 13,5% álcool (Cris Couto)

6.- Chateauneuf-du-pape Xavier 2006 – (Beto)

5.- D’arenberg The Dry Deam Riesling 2008 – (Austrália – Walter)

4.- Avondale Pinotage 2008 – 13,5% álcool – (África do Sul – Ivo)

3.- Don Laurindo Tannat 1999 (Jeriel)

2.- Avondale Chenin Blanc 2009 (Agilson) e Marson G Reserva Cabernet Sauvignon 2002

1.- Baron de Lantier 1991 – (Brasil – Agilson)

Pato no Tucupi é um prato tradiconal da região Norte do país.
Pato no Tucupi é um prato tradiconal da região Norte do país.

Abaixo a descrição e avaliação dos vinhos consoante escolha do grupo, com observação de que a nota final refere-se ao vinho individualmente considerado por quem escreve essas linhas:

9.- Lês Cepages Merlot/Cabernet Sauvignon 2007 – 14,5 álcool – rubi granada. Nariz simples com notas de aniz sobre um fundo herbáceo. Taninos rudes e baixa complexidade gustativa. Termina áspero. Não foi bem na harmonização em razão da dureza de seus taninos.

Nota: 81/100 pts.

8.- Jean-Luc Colombo Rosé 2006 – 13% álcool – Salmão na transição para laranja. Nariz aberto com álcool generoso a lembrar vinho fortificado. Leve nota oxidada sobre um fundo mineral. Boca delicada. Bom frescor. Muito elogiado porque não apresentou entraves sérios na harmonização, porque é um vinho estruturado, sem taninos e de bom frescor.

Importadora Decanter

Nota: 87/100 pts.

7.- Dal Pizzol Assemblage 35 anos – Merlot/CS e Ancelotta 2009 Rubi violáceo intenso. Nariz com leve frutado com predomínio de notas vegetais. Boca forte, intensa, taninos jovens e um pouco verdes. Corpo pleno, álcool, acidez e madeira em integração. Pede mais tempo na garrafa para melhor acerto do conjunto. A força dos taninos jovens impediu harmonização.

Preço: lançamento

Nota: 84/100 pts.

7.- Cordilheira de Sant’ana Gewürztraminer 2008 – .Palha claro. Nariz intenso com floral se destacando (rosas), lichias e uma ponta cítrica. Boca um degrau abaixo, com algum frescor e uma nota rústica um pouco amarga que destoa do olfato e que prejudicou na harmonização com o Pato no Tucupi. Tem a favor de si a tipicidade.

Nota: 82/100 pts.

6.- Chateauneuf-du-pape Xavier 2006 Rubi violáceo profundo com discreto reflexo granada. Nariz complexo com, geléia de frutas vermelhas, tabaco sobre um fundo tostado. Boca densa, complexa, rugosa, taninos jovens e poderosos. Acidez gastronômica. Harmonização possível que chega a entusiasmar. A maciez do vinho afinou-se com a maciez da carne de pato. O vinho ainda tem vida na garrafa e se mostrou adequado para o prato.

Nota: 87,5/100 pts. Importadora Cantu.

5.- D’arenberg The Dry Deam Riesling 2008 – Amarelo com reflexos na transição para o dourado. Intensa nota mineral no olfato (querosene) secundada por ligeiro toque cítrico. Boca no mesmo diapasão, com forte acidez e algum açúcar residual a impedir uma perfeita harmonização. Apesar disso, o vinho tem tipicidade.

Nota: 85/100 pts.

4.- Avondale Pinotage 2008 – Rubi violáceo intenso e concentrado. Começou fechado e alcoólico. Depois apresentou uma nota de frutas negras (ameixas) sobre um fundo terroso. Na boca subscreveu esses aromas e a maciez de seus taninos não atrapalhou a harmonização, porém, o vinho ressentiu-se de baixa acidez.

Nota: 86/100 pts.

3.- Don Laurindo Tannat 1999 – rubi violáceo com halo granada. Aromas de caramelo e de frutas negras. Vinho gastronômico por excelência, harmonizou bem com o prato por conta da textura suave e redonda de seus taninos e da acidez de viés nitidamente gastronômico. É um vinho consistente, que tem inequívoca capacidade de envelhecimento e que sua tipicidade o coloca em pé de igualdade com os melhores expoentes Cisplatinos dessa cepa.

Nota: 88/100 pts.

2.- Avondale Chenin Blanc 2009 palha claro com reflexos esverdeados. Discretos aromas florais. Melhor na boca, com boa estrutura e frescor facilitando a compatibilização com o Pato no Tucupi do Tordesilhas, eis que o vinho suportou o prato e a harmonização se deu por semelhança.

Nota: 86/100 pts.

2.- Marson Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2002 – Rubi violáceo intenso, profundo com halo de evolução. Apresentou uma paleta aromática complexa e evoluída com toques de couro, tabaco, pimentão e leve frutado. Na boca um vinho rico, elegante e de taninos polidos. Equilibrado no álcool, acidez e taninos. Quase perfeito na harmonização, ainda aguenta de três a cinco anos na garrafa. Está no auge e não deve evoluir mais.

Nota: 88/100 pts.

1.- Baron de Lantier Cabernet Sauvignon 1991 – Granada esmaecido levemente turvo. Complexo nos aromas terciários com notas animais, cedro sobre um leve balsâmico. A boca subscreve os aromas e se destaca pelo frescor, taninos macios e pleno equilíbrio gustativo que lhe foi conferido pelo correto amadurecimento em barricas de carvalho francês novo e envelhecimento na garrafa ao longo de quase duas décadas. Seguramente um dos melhores vinhos nacionais já produzidos que por sua elegância e suavidade harmonizou-se plenamente com o Pato no Tucupi do Tordesilhas. Sim, o Baron de Lantier CS 1991 é um vinho gastronômico por excelência.

Nota: 89/100 pts.

Notas dos principais vinhos na harmonização dada pelo grupo:

1- Baron de Lantier 1991 – Nota 7,6

2- Marson Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2002 – Nota 7,3

3- Don Laurindo Tannat 1999 – Nota 7,3

3- Avondale Chenin Blanc 2009 – África do Sul – Nota 7,2

Abaixo o rol de participantes do 1° encontro de harmonização coordenado por Cris Couto:

http://divinoguia.blogspot.com

http://sejabemvinho.blogspot.com
http://www.academiadovinho.com.br
http://papodevinho.blogspot.com
Breno Raigorodsky

Maurice Bibas

Ivo Ribeiro (Tordesilhas)

Chateauneuf-du-pape Xavier 2006: desempenho muito bom na harmonização. Importadora Cantu
Chateauneuf-du-pape Xavier 2006: desempenho muito bom na harmonização. Importadora Cantu
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