A reunião foi realizada no sábado, 28 de fevereiro de 2009, nO Vittoria Pastas e Risottos (11 3721-1124), restaurante de concepção arquitetônica rústica encravado no complexo gastronômico denominado “Vila do Jardineiro” (Av. Eliseu de Almeida, 1077 – Butantã – São Paulo SP), com a presença dos confrades Clóvis Pavan, Jeriel da Costa, Alexandre Furniel, José Luiz e Lucas Garaldi. Merecem menção especial o atendimento e a recepção de primeiro nível que a Risoteria Vittoria nos dispensou, com o serviço do vinho realizado com extrema competência, eis que os vinhos foram servidos ligeiramente resfriados num dia que a temperatura facilmente ultrapassou os trinta graus e ao final foi servido almoço. Um dos pratos foi anchova com risoto ao molho de champagne, uma das especialidades da casa .
Sem mais delongas, vamos aos comentários sobre cada um dos sauvignons que tivemos o prazer de degustar e avaliar. Ao final, será apresentada a classificação geral.
1. Matua Valley 2006, Hawkes Bay, 12,5% de álcool, Vinhos do Mundo, comprado no Rei do Whiskys e dos Vinhos por R$ 54,00 em 2007 – Cor palha verdeal, nariz com uma discreta nota vegetal que depois cedeu para floral, boca plena, corpo bom, médio frescor, mineral, sem muita complexidade, termina curto. Foi o sauvignon neozelandês que ficou na “lanterna”.
2. Jean Jean Sauvignon 2005, Vin de Pays DOC, Saint Felix de Lodez, 12,5% de álcool, importado pelo Carrefour, preço R$ 24,00 em 2008 –O único representante francês da degustação se apresentou bouchonée (rolha contaminada por TCA) e foi desclassificado.
3. Nimbus 2006, Vale de Casablanca, 13,5% de álcool, importado pela Casa Flora, preço R$ 61,84 (safra 2008) – Cor palha, aromas frutados com destaque para maçã verde, goiaba branca e uma pontinha de maracujá. Às cegas foi facilmente identificado como de origem chilena o que foi confirmado na boca com a subscrição das sensações olfativas. Obteve medalha de ouro no “4º. Annual Wines of Chile Awards” e aqui confirmou a premiação chilena.
4. Sanctuary 2005, Malborough, 13% de álcool, importado pela Premium de Belo Horizonte, preço R$ 58,00 (safra 2008) – Cor palha claro brilhante, muito complexo e persistente no nariz, com destacadas notas frutadas (maracujá e lima-da-pérsia), vegetais (arruda) e minerais. Boca no mesmo diapasão, ótima acidez, intenso com notas de maracujá e boa mineralidade. Sem arestas termina suave e sem nenhum amargor. Foi o campeão da degustação e mostrou que os sauvignons neozelandeses além de saborosos conseguem manter o frescor por muito tempo, desmentindo a afirmação de que os vinhos dessa casta devem ser bebidos o mais rápido possível ou no máximo um ano depois da safra.
5. Santa Rita Reserva 2004, Vale de Casablanca, 13,5% de álcool, importado pela LVMH, preço R$ 54,00 (safra 2008 – portal Estação do Vinho) – Cor palha claro brilhante. Sua cor sugeria um vinho bem mais novo. Nariz intenso, com destaque para notas vegetais e maracujá. Boca untuosa, ótimo frescor para a idade, equilibrado, macio, longo e profundo. Importante destacar que o vinho estava na parte inferior da adega climatizada e a garrafa estava “perdida” no meio de outras de champagne, o que provavelmente colaborou para sua evolução eis que é o local mais frio da adega. Se esse já é bom (também se destacou por sua tipicidade), vale à pena experimentar a linha Floresta (mais cara), com uvas do Vale de Leyda.
6. Aspire Matariki 2004, Malborough, 13% de álcool, Expand, preço R$ 65,00 (safra 2006) – Foi a amostra mais evoluída do painel, porque sua cor era dourada com brilho e intensidade. O olfato começou fechado e depois abriu para fortes notas cítricas com destaque para lima-da-pérsia e limão siciliano secundadas por notas minerais. Na boca se mostrou encorpado, untuoso, intenso e muito fino. Arrebatou com justiça a segunda colocação porque tem excelente tipicidade.
7. AltoSur 2007, Finca Sophenia, Tupungato, Mendoza, Expand, preço R$ 32,99 – O único representante argentino apresentou cor palha claro brilhante. No olfato não se destacou e apresentou leve aroma floral e notas de guaraná em pó, o que não lhe confere tipicidade. Boca simples, sem complexidade, bom frescor e discreto amargor.
8. Villard Reserve Expresión 2005, Vale de Casablanca, Decanter, preço R$ 67,10 (safra 2007) – Este tradicional sauvignon chileno que anos atrás arrebatou a primeira colocação numa degustação promovida pela revista GULA, apresentou boa evolução na cor, porém, não se destacou no olfato porque seu perfil era unidimensional (começou e terminou herbáceo e pouco intenso) e na boca deu sinais de cansaço, com pouco frescor e delicadas notas vegetais sem amargor.
9. Emiliana 2007, Vale Central, Magna Import, preço atual R$ 23,00 (safra 2008) – Cor palha claro brilhante, vinho de expressivos aromas de maracujá e grama cortada, na boca revela boa concentração de sabor sustentada pela acidez fresca que equilibra o conjunto. De boa tipicidade, é imbatível na sua faixa de preço e não se intimidou diante de adversários de maior peso e mostrou que o CHILE ainda produz bons sauvignons fora das regiões costeiras. Foi o vinho que apresentou melhor relação “preço-qualidade” da degustação.
Agora o pódio:
1º. Sanctuary 2005 (Premium – BH) – Nota: 90/100 pts.
2º. Aspire 2004 (Expand) – Nota: 89,5/100 pts.
3º. Santa Rita Reserva 2004 (LVMH/Grand Cru) – Nota: 89/100 pts.
4º. Nimbus 2006 (Sta. Carolina – Casa Flora) – Nota: 88,5/100 pts.
5º. Emiliana 2007 (Magna Import) – Nota: 88/100 pts.
6º. Matua Valley 2006 (Vinhos do Mundo – RS) – Nota: 86/100 pts.
7º. Villard 2005 (Decanter) – Nota: 85/100 pts.
8º. Altosur 2007 – Finca Sophenia (Expand) – Nota: 84/100 pts.
Jean Jean Sauvignon 2005 (Carrefour) – Desclassificado
Jeriel,
Parabéns!!! Seu blog está muito bacana!
Já está no meu Clique e Confira!
Fiquei babando nos Sauvignon’s Blanc…
Forte Abraço!
Cristiano
Vivendo Vinhos
Cristiano,
Obrigado pela visita. Também vou lançar um link com o seu blog, um dos mais importantes da Confraria dos Enoblogs pela clareza e pioneirismo.
A Sauvignon Blanc é uma das castas brancas prediletas. Fique atento porque haverá uma segunda degustação “Esvaziando a Adega” com vinhos de categorias superiores da França, Nova Zelândia, Chile, África do Sul e Argentina, países que na minha singela opinião se destacam no cultivo dessa casta, mais ou menos nesta ordem.
Abraço
Jeriel